segunda-feira, 31 de maio de 2010

Onde está Rodas?

O CQC (Custe o que Custar) da última segunda-feira, 31/05/2010, trouxe uma reportagem sobre a transferência dos acervos das bibliotecas departamentais da Faculdade de Direito da USP.

Na reportagem de Rafinha Bastos, no quadro Proteste Já, ocorre a denúncia de alunos acerca das dificuldades de acesso aos acervos. Tal quadro invabiliza a consulta à biblioteca há mais de 110 dias e consiste em entrave para sua formação acadêmica.

Depoimentos de alunos relatam que, por conta de uma reestruturação de espaço físico, as bibliotecas departamentais foram transferidas do prédio da Faculdade de Direito (FD) para um prédio anexo. O Anexo IV, como é denominado, não tinha nenhuma condição técnica de receber uma biblioteca, e, principalmente, a circulação de pessoas relacionada à prestação deste serviço.

A mudança foi realizada em um fim de semana, sem o acompanhamento da equipe da biblioteca, responsável, em primeira instância, pela gestão do serviço. Desta forma, os estudantes contestam o processo de transferência de prédio, conduzido pelo diretor da FD na época, o atual interventor na USP, João Grandino Rodas.

Baseada no controle do dinheiro público, a reportagem também discutiu as responsabilidades dos representantes da universidade sobre o problema. Rafinha Bastos compareceu à Reitoria da USP, com o objetivo de encontrar Grandino Rodas, mas não obteve sucesso. Fez uma busca por vários cantos do campus Butantã, também sem resultados positivos. Por fim, o repórter conseguiu conversar com o atual diretor da FD, Antonio Magalhães Gomes Filho.

CONFIRA O VÍDEO





Veja também o relato de professores da FD sobre o caso.

E acompanhe o movimento estudantil de contestação ao processo de transferência dos acervos.

sábado, 29 de maio de 2010

Exemplo de solidariedade

Professor titular do Departamento de Ciências Sociais/FFLCH/USP, Leonel Itaussu Almeida Mello é um histórico parceiro das lutas dos trabalhadores da Universidade de São Paulo.

Participou do histórico ato de intelectuais em defesa da readmissão de Claudionor Brandão, em 2009. É signatário de vários documentos de apoio ao movimento sindical na USP. Em 2007, se posicionou firmemente contra os decretos n. 51.461 e n. 51.471 de José Serra.

Neste ano, exerceu o "[...] ato político de doar 6% do seu salário líquido ao Sindicato dos Trabalhadores da USP, até a próxima data-base, em apoio à nossa luta, em defesa da isonomia e, em protesto ao reajuste salarial de 6% - retroativo a fevereiro - concedido pelo Cruesp, aos professores da USP, Unesp e Unicamp, e não estendido aos funcionários. Também em agradecimento ao ato político, de solidariedade, que consistiu na doação do seu vale-alimentação (VA), até a próxima data-base, ao companheiro Brandão".*

*Trecho originalmente publicado no Boletim do Sintusp, n. 48, 31 de maio de 2010

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A greve da USP e a saúde do Brasil

Em comemoração ao Dia Internacional da Saúde da Mulher, recebemos a visita de Gilson Dantas, professor da Universidade de Brasília.

Dr. Gilson fez uma profunda análise da organização do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, desde sua criação entre as décadas de 70 e 80, e criticou a vinculação do Sistema a interesses comerciais de setores como a indústria farmacêutica, por exemplo.

O professor também propôs aos funcionários refletir sobre a importância da saúde do trabalhador. A partir de questionamentos da plenária, o médico argumentou que há uma sequência de entraves à saúde das pessoas, que começa com as dificuldades dos indivíduos de se alimentar saudavelmente, em virtude da rotina pesada de trabalho.

Sobre a saúde da mulher, o médico sugeriu que fosse criada uma rede de infra-estrutura às trabalhadoras, com creches, lavanderias e restaurantes públicos, afim de minimizar o tempo dedicado aos afazeres domésticos, e descaracterizar a dupla jornada.

Gilson Dantas reforçou o papel do trabalhador brasileiro, e parabenizou os funcionários da USP,
na luta pela qualidade da saúde pública do Brasil.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Todos juntos na Unicamp

Diálogo significa reabertura de negociações?

Essa foi a questão apresentada pelas categorias representadas pelo Fórum das Seis aos reitores das universidades estaduais paulistas, em ato que reuniu aproximadamente 1500 pessoas na frente da Reitoria da Universidade Estadual de Campinas.

Estudantes, trabalhadores e docentes da Unesp, Unicamp e USP reivindicaram o agendamento de nova reunião de negociação para avaliar a isonomia salarial entre servidores docentes e não-docentes.

O reitor da Unicamp, Fernando Costa, não se manifestou diante do pedido de audiência dos representantes enviados ao seu gabinete na Reitoria. Também não indicou outro responsável para ouvir as propostas dos membros do Fórum das Seis. Sem resposta, manifestantes ocuparam o prédio por algumas horas, simbolicamente.

CONFIRA A REPORTAGEM DA TV STU SOBRE O ATO



A TV STU é uma iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pressão na negociação

Em fevereiro de 2009, o Fórum das Seis encaminhou ao Cruesp solicitação de adiantamento das reuniões de negociação da data-base 2010. Sem sucesso, a primeira reunião foi agendada para 10/5, quando os funcionários da USP completavam quase uma semana de greve.

Trabalhadores, docentes e estudantes de várias cidades de São Paulo representaram seus respectivos campi da USP, Unesp e Unicamp. Além deles, estiveram presentes membros de entidades como centros acadêmicos, centrais sindicais e organizações políticas independentes.

Inicialmente, a Polícia Militar insistiu na manutenção do trânsito na região, mesmo com o enorme número de pessoas nas ruas. Enquanto isto, foram distribuídos informativos à população do entorno, para esclarecer as razões da manifestação e divulgar a pauta de reivindicações dos trabalhadores. Após a constatação da inviabilidade da sustentação do tráfego normal, o acesso à Rua Itapeva foi temporariamente bloqueado.

Na mesa de negociação nenhum diálogo. Participantes da reunião, sob a indicação das entidades do Fórum das Seis, relataram que os reitores exclusivamente apresentaram a proposta de reajuste linear de 6,57% e encerraram a discussão.


CONFIRA A REPORTAGEM DA TV STU SOBRE O ATO



A TV STU é uma iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Carta à população

No dia 5 de maio, os trabalhadores da USP deflagram GREVE, por tempo indeterminado, em Assembleia Geral da categoria.

Em nossa pauta de reivindicações exigimos:
  • um reajuste salarial condizente com aumento da carestia de vida nos últimos anos;
  • a manutenção da isonomia salarial (mesmo índice de reajuste entre professores e funcionários), conquista histórica quebrada pelo Conselho de Reitores das três universidades estaduais em fevereiro deste ano, além de outras pautas democráticas;
  • o direito constitucional de greve e contra a repressão e perseguição política aos ativistas;
  • a reintegração de Claudionor Brandão, diretor sindical ilegamente demitido no final de 2008;
  • em defesa de uma universidade realmente pública, gratuita, de qualidade e a serviço da maioria da população, com expansão do ensino presencial em todos os cursos, e não por via de precarização do ensino como a Univesp (ensino universitário à distância para formação de professores).
Todos os anos, as três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) recebem 9,57% da arrecadação do ICMS, imposto descontado da circulação de mercadorias consumidas pelo conjunto da população. É a grande maioria da população, pobre e dos trabalhadores, que sustenta a universidade pública. Entretanto, apenas 10% das pessoas, que se candidatam a uma vaga para estudar, conseguem ingressar na USP. Cerca de 90 mil pessoas ficam de fora todos os anos por conta do funil social que é o vestibular. Em contrapartida, essa parcelado arrecadado, cerca de três bilhões de reais por ano, é controlado por apenas 80 professores titulares indicados pelo REItor e seus pares no Conselho Universitário, ou seja, 0,001% da comunidade universitária composta por 100 mil pessoas, entre professores, funcionários e estudantes.